Foto: arquivou da internet

Foto: arquivou da internet

Empresário Figueiredo Gel fala sobre responsabilização corporativa em meio a tragédias como Brumadinho em Minas Gerais

Durante toda a semana passada, a tragédia em Brumadinho tomou as páginas de jornais e as manchetes nas emissoras de TV do mundo inteiro. Um dos maiores acidentes ambientais dos últimos anos, o caso tem chamado atenção não apenas pelo prejuízo inestimável ao meio ambiente, mas por conta da declaração polêmica do governo brasileiro de não punir a diretoria da Vale do Rio Doce, empresa responsável pela barragem de mineração.

Figueiredo Gel, um dos mais proeminentes empresários nordestinos do setor de têxteis, transportes e entretenimento, opina que em casos como o de Brumadinho, não se pode fugir às responsabilidades: “a posição do governo de não responsabilizar a diretoria e presidência da Vale só favorece a impunidade. É como se não tivéssemos aprendido nada com o desastre de Mariana, que causou danos incalculáveis às pessoas e ao ecossistema do Rio Doce. A tragédia de Brumadinho mostra que nada mudou de lá pra cá, e a ingerência e impunidade podem produzir, infelizmente, mais tragédias como essas”.

O empresário aponta que é preciso investigar se houve negligência da Vale, e se haviam relatórios técnicos que apontavam a possibilidade da barragem ceder: “a diretoria precisa ser responsabilidade, se sabia do problema e optou por não fazer nada, sacrificando vidas inocentes e inviabilizando toda uma cidade devido ao desastre”.

Figueiredo Gel afirma que somente a transparência e a objetividade podem impedir novas tragédias: “é preciso que um gestor seja objetivo, e tome atitudes para prevenir problemas como esse, valorizando a vida das pessoas em detrimento de apenas visar o lucro absoluto. Qual o custo da negligência? Empreender e trazer desenvolvimento não pode e não precisa ser a custo de sacrificar vidas. Desenvolvimento sustentável é a maneira mais inteligente de gestão”, conclui.